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A Mosca Rosa de Champagne

  • Foto do escritor: Luiz Bernardes
    Luiz Bernardes
  • 11 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

O termo "mosca branca" é usado para se referir a algo difícil de ser achado, algo raro. O tema de hoje é sobre uma destas moscas, a mosca rosa e ilustre desconhecida AOC Rosé des Riceys.


Os vinhos de Champagne mais conhecidos mundialmente são os espumantes que levam o nome da região. A AOC de Champagne só permite a produção de vinhos espumantes com segunda fermentação em garrafa (método tradicional ou champenoise).


Dada sua enorme fama, pouco se fala sobre as duas AOCs permitidas na região, cujos vinhos são tranquilos (sem bolhas e menos badalados). São elas a AOC Coteaux Champenois (para vinhos brancos e tintos) e AOC Rosé des Riceys (exclusiva para rosés).


A AOC Rosé des Riceys é a menor delas e compreende apenas vinhos produzidos em 3 vilas do Aube: Ricey Bas, Ricey Haut e Ricey Haute Rive que, somadas, possuem 866ha de vinhas, das quais apenas 350ha são aprovados para a produção de seu desconhecido rosé.


Os produtores de Riceys são os únicos autorizados a produzir qualquer das 3 AOCs de Champagne a partir de suas uvas.


Seus vinhos rosés são produzidos pela fermentação da Pinot Noir utilizando a maceração semi-carbônica (técnica em que o suco fermenta ainda no interior das uvas), e geralmente tem uma coloração rosa mais intensa que os típicos rosés da Provence.


Dada a maior fama do Champagne e a possibilidade de se produzi-lo a partir das mesmas uvas que seriam designadas para o rosé des riceys, são poucos os produtores que o produzem.


O mais notável produtor de Rosé des Riceys é Olivier Horiot. Provamos, recentemente, seus dois rosés “en Valingrain”e “en Barmont”, de parcelas únicas. São vinhos bastante interessantes com taninos mais presentes que na maioria dos rosés. Sua cor chega a ser bem próxima de um Beaujolais e ostentava uma complexidade também maior que este. Aromas de frutas vermelhas como cereja, framboesa e morangos são bem notadas. Nos vinhos de Horiot eles aparecem com aromas de carne crua e um certo mineral.




Ao contrário das moscas, a mosca rosa do Aube não pousa em sopas nem abusa. Ainda que não faça muito barulho merece chegar a sua adega a zum-zum-zumbizar[1].


Fontes:


LIEM, Peter. Champagne. The essential guide to the wines, producers and terroirs of the iconic region. New York: Ten Speed Press. 2017.


White, DAVID. But first, Champagne. A modern guide to world´s favorite wine. New York: Skyhorse Publishing. 2016.


[1] Para os mais jovens, esta foi uma referência à “mosca na sopa”de Raul Seixas.




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