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  • Foto do escritorCarlos Stoever

Os cavalos de Champagne

Em Champagne nós temos as Maisons, as cooperativas e os produtores.


Dentre eles, temos os modernamente chamados de great growers, que querem explorar seu terroir.


Em geral, são jovens que herdaram suas terras de seus pais, e em regra passaram em algum momento por um estágio com Anselme Selosse – maior expoente da champagne de terroir e do estilo oxidativo, baseado em Avize.


E neste meio, há um astro: o cavalo.

Pascal e seu cavalo Venus

Sim, o cavalo.

A paixão por eles é tão grande que um deles alçou um patamar ímpar: ter uma champagne com seu nome.

E não é qualquer champagne, trata-se da VENUS, uma vintage brut nature blanc de blancs grand cru elaborada por Pascal Agrapart em Avize.


Toda ela é feita a partir do vinhedo La Fosse, o qual até hoje é cultivado por apenas um homem e um cavalo.

E o primeiro cavalo a trabalhar nele era chamado Venus.


Outro cavalo que ainda não ganhou a distinção de ter um rótulo em sua homenagem é Saumur, que empenha-se nos vinhedos sob o comando de Alexander Chartogne, da Chartogne Taillet em Merfy.

Bom, mas afinal, por que o cavalo tem tanta importância neste cenário?

Como sabemos, a base do terroir é justamente o solo – além, claro, de todo o ambiente ao redor dele.


A composição do solo em champagne é algo valioso, e suas variações determinam, junto com a insolação dos vinhedos, a qualidade das uvas.

E os produtores lutam para manter o solo em condições ideais, preservando sua infiltração de água e distribuição de nutrientes.

Para isso, quanto menos compactado o solo, melhor sua expressão no vinho.

E, para não compacta-lo, quanto mais leve o maquinário melhor – e nada atualmente é mais leve no vinhedo que o cavalo.

A preocupação com o cultivo da terra é marca registrada de uma nova geração de produtores em Champagne, que passaram a adotar uma postura mais próxima da vizinha Borgonha.


Cavalos da Louis Roederer

Já temos diversos vinhos de caráter local, refletindo o terroir de cada village e de cada vinhedo, indo muito além da desejada padronização lote a lote das Grandes Casas.

Os anos pelas frente tendem a ser promissores, com cada vez mais champagnes refletindo seu terroir de origem – como todo grande vinho ao redor do mundo quer ser.

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