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  • Foto do escritorPlop Champagne

Côte des Bar

Champagne tem suas duas maiores e mais famosas cidades que são Reims e Épernay. Mas além delas e de suas inúmeras vilas ao redor, temos uma região pouco conhecida, que também é parte da Champagne. A 150km de Reims, temos a região de Côte des Bar, que é dividida entre Bar sur Seine e Bar sur Aube (cada uma delas ao redor de um rio, Sena e Aube).


Essa é uma região com história interessante: quando a denominação Champagne foi estabelecida, havia uma disputa entre os produtores da região do Marne e do Aube. Essa disputa começou em 1887, e apenas em 1908, foi declarada a decisão. O Aube ficou de fora. Lutaram por muito tempo depois, para somente em 1927, conquistarem o direito de fazer parte dessa AOC (apelação de origem controlada).


Com isso ficaram de fora de muitas coisas, como por exemplo a échelle des cru. Esse nome pode não ser familiar ne? Mas se eu disser Grand Cru e Premier Cru, vocês, amantes do vinho, devem ter ouvido várias vezes. Pois bem, essa nomenclatura criada em 1911 veio para determinar as parcelas mais nobres, e com isso mais caras da região. Hoje em dia isso não é mais usado para regularizar e padronizar os preços das uvas como antigamente, mas continua uma nomenclatura de peso quando o quesito é qualidade. Porém como Côte des Bar ficou de fora, nenhuma das suas vilas possui essas denominações. Mas isso está longe de significar que não tenham tamanha qualidade.


Nessa região, a casta que domina em disparada é a Pinot Noir. Uma Pinot com mais estrutura, mais rica e redonda. Tudo graças ao terroir, que além da latitude e clima tem algo singular, o solo Kimmeridgian: marga (argila misturada com calcário), de 150 milhões de anos atrás.

E nessa última visita a Champagne, pude passar dias maravilhosos nessa região, e vou trazer aqui um pouco de três queridos produtores que pude visitar por lá.


Drappier


Tive a honra de ser recebida pelo Jeremy e por Hugo Drappier, proprietário da Maison Drappier. Em uma visita única pela ‘winery’ para conhecer um pouco sobre o singular licor de expedição da casa: um vinho com 15 a 25 anos de guarda, conservado em barris de carvalho e com altíssimo nível de açúcar, que adicionado em pequenas quantidades na dosage final dos champagnes, confere o DNA da marca - e não pense que fica doce, porque não fica! Proporção é tudo!


A nova aquisição da casa: ovos de madeira para envelhecimento dos vinhos! É comum vermos ovos de concreto ou argila, mas trouxeram agora essa inovação!


Para degustação: uma linha incrível, com muitos champagnes, além de testes dos enólogos… Meu favorito:

  • Blanc de Quatre Blancs: as quatro castas brancas permitidas em Champagne (Chardonnay, Petit Meslier, Arbanne e Pinot Blanc - conhecida na região como Blanc Vrai)





Tierry Massin


Tive o privilégio de conhecer a Violaine, produtora desse champagne, em 2021, na Anima Vinum! Disse a ela que na próxima vez nos encontrariamos nos vinhedos! E dito e feito: que dia maravilhoso!!!

Pude degustar os vinhos base dos novos barris de carvalho da casa, além do Coteaux Champenois tinto.


A produtora Violaine

Nossa degustação foi completa, com 8 rótulos (alguns deles vocês encontram aqui no Brasil pela Anima). O destaque foi:

  • Solera Blanc de Noir, com vinhos de 2003 a 2013, mínimo de 8 anos em garrafa e Extra Brut (3,3g/L).


Depois uma bela visita aos vinhedos. Eles são HVE, produtores com alto valor ambiental, que respeitam e valorizam o terroir, com mínimas intervenções!







Moutard


O proprietário Alex Moutard me recebeu e ao chegar ele disse: “você tem tempo?” Claro! A tarde era toda dele! E foi aí que tivemos um dia maravilhoso! Uma tarde inteira: nas caves, provamos - t.o.d.o.s - os vinhos base nos barris, inclusive das mesmas uvas de diferentes vinhedos (vinhas velhas e vinhas jovens). Pegamos o carro e visitamos os vinhedos da Moutard, os mais altos e pudemos ver as diferenças de inclinação, luminosidade, podas.


Degustando o vinho base de Arbanne 2022 com Alex

Partimos para a produção, degorgement que estava em atividade, engarrafamento. Na hora da saída ele pegou uma garrafa ainda sem rótulo: o novo cuvée de 6 cepages 2012, que ainda vai ser lançado no mercado, em aproximadamente 3 meses. Uvas: Chardonnay, Pinot Noir, Meunier, Petit Meslier, Arbanne e Pinot Blanc.


Fomos para a incrível degustação, 100% nature! Os destaques:


-100% Petit Meslier (adoro) 2017! Também de vinhas velhas! Acidez mais equilibrada, refrescante, com notas de lima, porém cremoso e com boa persistência.


- 6 cepages 2012 (chega no mercado em breve). Tomei o 2010 há pouco tempo, e lá pude tomar o 11 e 12. Bela comparação! O 12 talvez seja o com maior potencial de guarda. Com temperatura mais alta (14 graus) ficou ainda mais incrível!

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