Desde 2009 o dia do champagne é celebrado pelos entusiastas do mundo do vinho e claro, os produtores, maisons e pelo CIVC (comitê regulador da AOC champagne) na 4ª sexta-feira de outubro.
Esse é um dia simbólico e apenas celebrativo, sem relações históricas, mas que nos convida a abrir um belo champagne e lembrar um pouco sobre as façanhas e curiosidades das mais famosas bolhas do mundo...
Considerado um defeito inicialmente, o vinho com bolhas teve uma longa história até chegar no que é hoje. Métodos de produção (como o ancestral <<utilizado quando o vinho espumante começou a ser feito propositalmente>>) foram sendo evoluídos e descobertos por grandes nomes.
Dom Perignon, de grande importância nas técnicas de blend e descobertas de terroir. Barbe Nicole Ponsardin (a viúva Clicquot) que desenvolveu os métodos de remuage e degorgement, tornando o champagne mais límpido, além da criação do rosé de assemblage. Madame Pommery, que com a percepção do seu mercado trouxe a proposta de champagnes menos doces (brut) e tantos outros nomes que colaboraram e ainda colaboram para essa AOC continuar com enorme excelência e sempre em evolução.
Nossas queridas bolhas têm uma essencial participação de seu famoso terroir (solo, clima, localização – ‘blend’ entre influências marítimas e continentais) na qualidade da matéria prima. E a região não possui apenas um único, e sim inúmeros micros terroirs, que fazem cada parte de Champagne e cada champagne, únicos.
Além do famoso ‘chalk’, temos variações de solos mais argilosos e arenosos, muitas vezes junto com os solos calcários (como em Côte de Sézanne – calcário argiloso) ou em Côte des Bar (Kimmeridgian Marl - argiloso, solo de Chablis). E claro, cada uva tem uma melhor adaptação em cada tipo de solo, e é aí que a mágica acontece: o grande e incansável trabalho dos enólogos, chefes de cave e equipes para selecionar as melhores uvas de cada solo para cada blend!
Blend esse que consiste na alquimia do processo: mistura dos vinhos base (de diferentes uvas, safras, reserva – tudo depende da abordagem e DNA de cada Maison ou produtor).
A fermentação dessa mistura em garrafa tem os tempos mínimos definidos pelo Comitê, de 15 meses em cave (12 em contato com as leveduras) para NV (non vintage) e 36 meses para vintages (safra única). Mas a maioria dos champagnes costuma passar mais tempo do que a regra exige, ganhando mais tempo de maturação e desenvolvimento, para um vinho ainda mais espetacular!
Produzir um champagne é um processo meticuloso que exige muita paixão, talento e resiliência. Região que já passou por tantos conflitos e guerras, uma praga devastadora (Phylloxera) e longos caminhos até chegar ao nome que tem hoje. Resiliência para continuar superando os obstáculos de cada safra, cada ano, cada mudança.
É realmente mágico e encantador esse processo! E hoje ele merece um brinde muito especial!
Happy Champagne Day!
Viva Champagne day
Baita explanação, parabéns